terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Mensagens


Mensagem do Arcebispo de Cantuária Rowan Williams pela morte de Dom Robinson  Cavalcanti.
I have just received the terrible news about the murder of Bishop and Mrs Cavalcanti. I can hardly imagine the shock and grief this will have caused to his co-workers and his flock in Recife. Please be sure of our prayers here for all of you. I trust that God’s hand will be over you as you come to terms with what seems such a meaningless tragedy, in the light of our shared resurrection hope in Jesus Christ.


Yours in Our Lord


+Rowan Cantuar


TRADUÇÃO
 Acabo de receber a terrível noticia do assassinato do Bispo e sua Esposa . Mal posso imaginar o choque e a tristeza que terá causado a seus colegas de trabalho e seu rebanho, em Recife.  Por favor, estejam certos de nossas orações aqui para todos vocês.  Tenho certeza que a mão de Deus estará sobre vocês para que vocês possam compreender  o que parece uma tragédia sem sentido, à luz da nossa esperança compartilhada na esperança da ressurreição em Jesus Cristo.


Seu em Nosso Senhor


+ Rowan


Arcebispo de Cantuária



Em nome do Conselho Gestor de nossa Aliança Cristã Evangélica Brasileira, à qual esta Diocese é filiada, escrevemos para manifestar nosso companheirismo fraternal em choro e tristeza pela morte trágica do nosso irmão e companheiro, pastor e bispo dos irmãos e irmãs dessa Diocese, Robinson Cavalcanti e sua esposa Miriam. Enfatizamos as palavras incluídas na nota abaixo e que está publicada em nosso site: "Que o consolo do Senhor venha sobre todos irmãos e irmãs da Igreja Anglicana - Diocese de Recife que, nesse momento, chora a perda do seu querido pastor e bispo."


Luto e Pesar (publicado na página inicial do website da Aliança)

É com profunda tristeza que a Aliança Cristã Evangélica Brasileira se junta a milhares de irmãos e irmãs por todo o Brasil e pelo mundo, para lamentar a trágica morte do Rev. Robinson Cavalcanti e sua esposa Miriam, Bispo Diocesano da Igreja Anglicana – Diocese do Recife, ocorrida por volta de 22 horas de ontem, domingo, 26 de fevereiro de 2012, em Olinda, Pernambuco.

No dizer do Pastor Silas Tostes, membro de nosso Conselho Gestor, “o Bispo Robinson deixa um legado de pregações, artigos e livros, que nos levaram a reconsiderar a nossa caminhada como Igreja Evangélica. Foi nos seus dias um forte defensor da Missão Integral da Igreja.” Ele foi preceptor de vários daqueles que hoje estão engajados na causa da Aliança Evangélica, por seus longos anos de atuação na ABU e como líder que foi da igreja evangélica brasileira por tantos anos. Foi um dos grandes estimuladores da criação da Aliança e participava do seu Conselho de Referência.




Segundo palavras  do Pastor Valdir Steuernagel, presidente de nosso Conselho Gestor, “o nosso lamento está acompanhado de profunda gratidão pela vida e ministério de D. Robinson e sua esposa Miriam. O legado que nos deixam aponta para a fidelidade ao chamado de Deus, o enraizamento nas Escrituras e um profundo compromisso com a missão da igreja. Ao chorarmos, nesta hora, a perda deste  casal, queremos também lhes honrar afirmando a nossa vocação para continuarmos seguindo a Jesus.”  Pelo que podemos fazer nossas as palavras da Diocese do Recife, em sua nota: “partiu para a eternidade deixando um legado de serviço, amor e firmeza doutrinária” (http://www.dar.org.br/noticias/1-ultimas/3254-nota-de-falecimento.html). Fomos desafiados pela vida e ministério do nosso irmão Robinson Cavalcanti e continuaremos a ser desafiados pelo legado que nos deixa.




Que o consolo do Senhor venha sobre todos irmãos e irmãs da Igreja Anglicana - Diocese de Recife que, nesse momento, chora a perda do seu querido pastor e bispo. Que o Senhor também console a todos nós que choramos a perda desse querido irmão e companheiro.




Aliança Cristã Evangélica Brasileira
www.aliancaevangelica.org.br
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Caros irmãos e irmãs,


Confesso que as palavras não vêm com facilidade neste esforço para conversar um pouco mais, com cada um de vocês, sobre a trágica morte do bispo D. Robinson Cavalcanti e sua esposa Miriam. A sua ausência tão repentina aponta para a nossa fragilidade e vem numa forma que nos confronta com os nossos profundos desencontros, desequilíbrios e mesmo desumanidade. Em agonia, só conseguimos balbuciar Kyrie eleison e repetir em conjunto: Tem misericórdia de nós, Senhor.


Queridos Robinson e Miriam, já sentimos falta de vocês!


No luto, vêm à memória as nossas histórias. Eu, pessoalmente, conheci Robinson e Miriam no início de 1970, num acampamento em Petrópolis, Miriam em sua graça e Robinson em sua sagacidade, capacidade de análise e compromisso. Ambos ministraram a mim e a minha esposa.


Quando, mais recentemente, começamos a conversar sobre a retomada de uma Aliança Evangélica em nosso país, ele foi um dos primeiros a se engajar nessa iniciativa e a olhar para ela a partir das Escrituras e no viés histórico que colocava este esforço recente nos trilhos daquilo que os nossos pais e mães já haviam buscado fazer. Robinson era um homem das Escrituras, comprometido com a unidade e a missão da igreja e em contínua busca por articular e viver um testemunho fiel, ético e justo da fé cristã. A ele honramos por esta sua trajetória e este seu legado.


Queridos Robinson e Miriam, vocês já foram, mas nós ainda precisávamos muito de vocês.


O legado que o bispo D. Robinson nos deixa é que não podemos desistir da busca da unidade da igreja e que a própria Aliança Cristã Evangélica Brasileira precisa ser uma expressão disso. Ele é um dos nossos patronos e queremos continuar a ouvir a sua voz dizendo-nos que a unidade da igreja é um mandato evangélico ao qual nos cabe obedecer.  E, como resposta orante, nós dizemos: Senhor, ajuda-nos a nunca voltar as costas para este mandato.


Valdir Steuernagel, pela Aliança Cristã Evangélica

Soli Deo gloria!


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Robinson Cavalcanti, 1944–2012. 
Revista  Ultimato lamenta


Sinal fechado. Um chevette laranja. Quase tão quente como a tarde em Boa Viagem. O motorista vira-se para o dublê de jornalista que o acompanha e, não sem humor, dispara: “Eu sou conservador...”. A luz verde do semáforo rouba nossa atenção e aproveito para recuperar o fôlego. O que naqueles dias de 1985 poderia soar como alívio, desafina. Afinal, estava ali exatamente para ouvir o pregoeiro do aggiornamento da igreja: “Quando a igreja se fossiliza, ela se torna irrelevante, é atropelada pela história e se torna infiel ao seu mandato”.
 Carro em movimento e o ilustre condutor arremata: “... na doutrina”. Com um sorriso amarelo, começava ali a aprender sobre a “relatividade dos rótulos”, que viria a ser o primeiro capítulo do seu primeiro livro publicado pela editora Ultimato, oito anos depois.
 Estava em Recife (PE), para aquela que seria minha primeira, digamos, incursão jornalística, a serviço da revista Ultimato. O encontro aconteceu no 14º andar do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Pernambuco, onde o professor Edward Robinson de Barros Cavalcanti coordenava o mestrado em ciência política.
 A entrevista foi capa da edição 169 de Ultimato, em outubro de 1985: “Constituinte, protestantismo brasileiro e participação política”. Desde então Robinson Cavalcanti se tornou nosso colaborador, e a edição 335, impressa no último final de semana, encerra 27 anos de sua preciosa contribuição.
 Somos gratos a Deus pela companhia e influência do nosso mais longevo colaborador. Hoje, como fazemos diariamente no café da manhã, oramos – e choramos –especialmente pela sua família, igreja local e diocese. Também clamamos pela igreja brasileira e lamentamos muito a perda trágica, absurda, do nosso querido professor, pastor e bispo Robinson Cavalcanti e de sua esposa, Miriam Cavalcanti.
 Misturamos às lágrimas um pouco de humor e lembranças que podem nos dar esperança. Humor que caracterizava a verve do “alabucano” (nascido em Pernambuco e criado em Alagoas) morto na noite do último domingo. Com algum deboche e até ironia, o escritor bíblico pergunta: “Onde está, ó morte, a tua vitória?” Ironia porque a resposta veio antes, da lavra do mesmo escritor: “O último inimigo a ser destruído é a morte”. Assim, antecipando o riso futuro e sem sair do mesmo capítulo 15 da primeira carta aos Coríntios, reafirmamos as últimas linhas do apóstolo Paulo: “Meus queridos irmãos, sejam fortes e firmes, sempre dedicados ao trabalho do Senhor, pois vocês sabem que nada do que vocês fazem para o Senhor é inútil”. 


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 Foi com profundo pesar que recebi a notícia da morte do amigo Robinson Cavalcanti com quem tive a oportunidade de dividir atividades acadêmicas e políticas. O bispo Robinson sempre se destacou como professor e coordenador de cursos da UFRPE e UFPE. Além disso, também tive a honra de tê-lo como meu assessor parlamentar à época em que fui deputado federal. O trabalho de Robinson no meu gabinete foi uma das melhores experiências que tive com a área da luta pelos direitos humanos. O bispo era um cristão na essência da palavra e um ser humano que sempre se preocupou com as questões sociais. Estou extremamente desolado com a perda prematura do amigo Robinson e de sua esposa Miriam Cavalcanti."


Senador Humberto Costa 


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Queridos irmaos: fui amigo de Dom Robinson desde 1970 e pastor de dona Miriam por alguns anos, em Recife. Estou profundamente triste pela morte de ambos. Ontem eu chorei. Guardo dele as reflexoes lucidas sobre nossa fe e sua partica. Guardo dela uma vida marcada pelo Cristo vivo. Duas vocacoes complementares, que me enriqueceram a vida. Estive planejando passar um tempo juntos em Paripueira, depois de sua aposentadoria. Fica o vazio, e a graca suficiente para cada dia. Paz!

Manfred Grellert




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 Por que logo Dom Robinson?!

O bispo Dom Robinson Cavalcante, assassinado domingo em Recife pelo próprio filho, não era apenas um homem de Deus: Era um autêntico defensor da legítima doutrina cristã. Não abria mãos dos seus princípios, mesmo que isso lhe custasse sacrifícios físicos e emocionais.
Quando parte da Igreja Anglicana, em nome de um modernismo ambicioso ousou fugir da sua doutrina visando aumentar o número de fiéis, Dom Robinson rompeu com os modernistas e quase perde a diocese. Ao seu lado ficaram os que acreditavam na verdade da Bíblia. E ele venceu a guerra.
Homem culto, pensador político dos mais requisitados do país, tinha uma vida franciscana, dependia da aposentadoria de professor para sobreviver, ele, Mirian e os filhos.
Nunca o vi triste. Mesmo naquelas horas difíceis, tinha sempre uma palavra de otimismo, uma tirada de humor, um jeito de descontrair os ambientes mais tensos.
Por isso todos o amavam, admiravam e seguiam.
Não posso afirmar que convivia diariamente com Dom Robinson. Nos víamos esporadicamente, quando ele vinha a João Pessoa confirmar fiéis, ordenar pastores ou participar de algum movimento da igreja.
Nos escritos éramos mais constantes. Ele escrevia colunas para revistas de circulação nacional e participava ativamente de uma lista da internet que criei com o nome “Anglicanos Ortodoxos”.
No comecinho deste ano, assisti o seu último sermão na Igreja Anglicana Comunhão, do Bessa, quando minha filha Niâni recebeu autorização sacerdotal para pregar e exercer outras atividades na comunidade anglicana.
Ele sempre bem disposto, bem humorado, galvanizador das atenções de todos os que o escutavam falar de Deus de um jeito todo especial, sem afetações ou apelações demagógicas.
Dom Robinson celebrou o culto de domingo em Recife e, como sempre fazia, voltou com a esposa para o repouso. Eram 22 horas. O filho, chegado dos Estados Unidos, viciado em drogas e descontrolado, esperava-o com uma faca amolada e matadeira. Foi golpeado várias vezes no coração. A boa Mirian tentou defendê-lo e recebeu idênticas facadas. Dom Robinson morreu na hora. Mirian, a caminho do Hospital. O assassino, totalmente descontrolado, tentou se matar com a faca. Foi o único que escapou.
Senti o choque da notícia. Não pensava nesse tipo de morte para um homem que ensinava as virtudes da vida. Fiquei chocado, mais do que isso, impotente, fragilizado, sentindo-me um órfão nesse mundo cão de tantas injustiças, desigualdades e violência.
Por que logo Dom Robinson?!




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